É como se eu caminhasse inutilmente esperando alguma hora poder enxergar a luz no fim do túnel. A esta altura já deveria ter perdido as esperanças, mas como a tola que sou, continuo a caminhar. Como se a minha persistencia pudesse fazer nascer a luz.
Sim, já estou cansada e esgotada, mas isso não me impede de continuar caminhando, um passo após o outro. Minha mente doentia e alienada continua esperando ver algo bom nascer aqui.
Mais de mil feridas, mais de mil sonhos despedaçados. Sempre há espaço para uma nova decepção brotar entre os cacos dos sonhos que já morreram. A terra da desilusão é fértil.
Seriam as minhas palavras tão insanas? Talvez todo os ser humano já tenha se sentido incompreendido assim pelo menos uma vez na vida. O que mais me irrita: As pessoas insistem para que respeitemos as nossas diferenças quando somos todos tão estupidamente iguais. Todos queremos ter nossos lamentos ouvidos, mas a maioria não ouve o lamento alheio.
Não importa se o que penso é verdade ou apenas delírio, eu continuo a andar. Não importa quanto sangue escorra, quantas golpes me sejam infligidos. Eu sinto dor, mas ainda estou aqui. Estúpida.
Algumas vezes vejo algo brilhante lampejar a minha frente. Não passa de miragem produzida por minha mente e olhos febris. Não importa. Sei que se parar, vai ficar pior. Se eu continuar andando na esperança de ver a luz a frente, não vou perceber que os pedaços de mim mesma vão ficando para tras... Os pedaços de minha alma.
Talvez... Esse lugar tenha sido uma criação de minha mente para que eu não perceba que já não mais tenho alma.
A luz não existe. Esse túnel não possui um fim.