Eu sinto o vazio se abatendo sobre você
O mesmo vazio se abatendo sobre mim
E não há o que se possa fazer
A agonia seguirá os condenados, conduzindo-os ao triste fim
Condenados a viver a semi vida
Sentir pela metade
Viver em agonia
O olhar daquele que se ama como uma adaga cravada ao peito
Sentido tudo o que foi vivido
Esvaindo-se por entre os dedos
Sentindo ao extremo o que há para ser sentido
Para que depois tudo pareça morto,
Apagado, sem sentido
Podemos lutar, tentar acordar
Do doce tranze que nos leva cada vez mais longe, para a escuridão
Tentar viver, respirar
Mas não há nada que nos tire da lembrança,
que nos entregue um novo coração
Condenados a arrastar correntes
Vivendo das memórias, antigos sentimentos
De um passado que corroe nossas mentes
Distorcendo a verdade sobre todos os momentos
E a cada momento que nos vermos
Morreremos de dor
Cada vez que os vermos
Morreremos de dor
Ansiando, precisando
Saber o que realmente é o amor
Condenados a viver sem uma resposta
Uma vida pela metade
A sentir pela metade
Um amor que não nos toca
Mesmo quando tudo parece bem, fantasmas ao fundo
Fazendo-nos relembrar, perguntar
O que poderia ter sido
Fazendo doer
O corte mais profundo
A mágoa mais profunda
Habitando o peito
A doce corrosiva melancolia
Em cada pensamento
E o que nos resta: o medo
O medo dos condenados
O medo de que no fim
Continuemos os mesmos
Sem a vida inteira
Sem as respostas
Sem os sentimentos
Sem saber, no final, o que foi verdadeiro
O que existiu
O que valeu a pena
Ou de saber que tudo, no final, não passou de um grande erro.
2 de dez. de 2009
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