Arrastei-me e sangrei
Implorei-te e chorei
Leva-me de volta
Aos braços daquele que jamais encontrei
Anos recebendo o silêncio
Agora eu sei
Em meio a cinzas e podridão me ergo
Se esta é minha sina, aceito
Farei deste inferno minha casa
E desta sujeira meu leito
Canto a canção do exílio
Sabendo que jamais retornarei
Fui abandonada em um mundo estranho
“Mate para viver” “Obedeça a esta lei”
Enquanto eles me prendem ao chão
Penso se devo deixar que algo daqui me toque
Ou somente refugiar-me em solidão
Fora do lugar, sem rumo
Entregue à minha própria sorte
Seco a lágrima amarga
Sentindo-me culpada por perder a fé
Pai presente e calado
Disseste-me coisas que não pude entender
Seco a lágrima amarga
Sentindo-me culpada por não saber
Por que fui deixada, expulsa
Por que dói tanto apenas sobreviver
Olho para este céu de estrelas encobertas
Mais solitária que meu coração poderia algum dia suportar
Enquanto sinto a dor dilacerando o peito
Eu sei que, apesar de tudo
Ainda tenho a esperança de retornar
Àquele lugar que, tenho certeza, algum dia chamei de lar