Arrastei-me e sangrei
Implorei-te e chorei
Leva-me de volta
Aos braços daquele que jamais encontrei
Anos recebendo o silêncio
Agora eu sei
Em meio a cinzas e podridão me ergo
Se esta é minha sina, aceito
Farei deste inferno minha casa
E desta sujeira meu leito
Canto a canção do exílio
Sabendo que jamais retornarei
Fui abandonada em um mundo estranho
“Mate para viver” “Obedeça a esta lei”
Enquanto eles me prendem ao chão
Penso se devo deixar que algo daqui me toque
Ou somente refugiar-me em solidão
Fora do lugar, sem rumo
Entregue à minha própria sorte
Seco a lágrima amarga
Sentindo-me culpada por perder a fé
Pai presente e calado
Disseste-me coisas que não pude entender
Seco a lágrima amarga
Sentindo-me culpada por não saber
Por que fui deixada, expulsa
Por que dói tanto apenas sobreviver
Olho para este céu de estrelas encobertas
Mais solitária que meu coração poderia algum dia suportar
Enquanto sinto a dor dilacerando o peito
Eu sei que, apesar de tudo
Ainda tenho a esperança de retornar
Àquele lugar que, tenho certeza, algum dia chamei de lar
4 comentários:
Muito bonito, estava inspirada com certeza. É um poema à altura do texto da Katrina, mas o melhor é que tem um pouco de você, é o seu inferno e não o dela, algo assim.
Nossa! *-*
Estou lisonjeada, afinal, ter uma poesia de alguém a sua altura dedicada a mim é uma honra imensa!
Como foi dito pela Letty, o bom é que apesar de ser dedicado a mim, tem sua essência nele, isso é precioso pra um escritor, ter sua identidade, sua "marca" pessoal em tudo que faz... Parabéns!
Nunca vi tão bem descrita essa esmagadora dor do exílio.
Ótimo blog, parabéns!
Took me time to read the whole article, the article is great but the comments bring more brainstorm ideas, thanks.
- Johnson
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