Bem vindos ao meu espaço

Poderia chamar esse lugar de meu lar. Aqui é a casa de meus sentimentos mais obscuros. Aqueles que muitas pessoas escondem, dos quais muitos têm vergonha, e que todos possuem.
Pois eu os mostro aqui a vocês, e provo que os piores sentimentos podem ser transformados em inspiração para as palavras mais belas.
Aproveitem
Ana Luiza
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2 de dez. de 2009

Somos os Condenados

Eu sinto o vazio se abatendo sobre você
O mesmo vazio se abatendo sobre mim
E não há o que se possa fazer
A agonia seguirá os condenados, conduzindo-os ao triste fim

Condenados a viver a semi vida
Sentir pela metade
Viver em agonia

O olhar daquele que se ama como uma adaga cravada ao peito
Sentido tudo o que foi vivido
Esvaindo-se por entre os dedos

Sentindo ao extremo o que há para ser sentido
Para que depois tudo pareça morto,
Apagado, sem sentido

Podemos lutar, tentar acordar
Do doce tranze que nos leva cada vez mais longe, para a escuridão
Tentar viver, respirar
Mas não há nada que nos tire da lembrança,
que nos entregue um novo coração

Condenados a arrastar correntes
Vivendo das memórias, antigos sentimentos
De um passado que corroe nossas mentes
Distorcendo a verdade sobre todos os momentos

E a cada momento que nos vermos
Morreremos de dor
Cada vez que os vermos
Morreremos de dor
Ansiando, precisando
Saber o que realmente é o amor

Condenados a viver sem uma resposta
Uma vida pela metade
A sentir pela metade
Um amor que não nos toca

Mesmo quando tudo parece bem, fantasmas ao fundo
Fazendo-nos relembrar, perguntar
O que poderia ter sido
Fazendo doer
O corte mais profundo

A mágoa mais profunda
Habitando o peito
A doce corrosiva melancolia
Em cada pensamento


E o que nos resta: o medo
O medo dos condenados
O medo de que no fim
Continuemos os mesmos
Sem a vida inteira
Sem as respostas
Sem os sentimentos

Sem saber, no final, o que foi verdadeiro
O que existiu
O que valeu a pena
Ou de saber que tudo, no final, não passou de um grande erro.